sábado, 12 de julho de 2008

A Eternidade Do Instante

Fulgás e irreal esse estranho existe
Inevitavelmente me faz fugir amada
O que corre em minhas veias, para ficar triste
E minha boca descontente dá risada


O meu corpo que quer e resiste
Tudo e todos que meus olhos desagrada
Os dias, as semanas em que persiste
Ao sonho de uma vida mal-aventurada


Esse vento, essa doçura quando toca fere
Que quase te leva as estrelas
O nada sentir, doer prefere
Mesmo em toca-lá e não recolhe--lá


Mas vou vivendo cada instante
Vendo toda noite o apagar da chama
Que as vezes me embriaga delirante
Fazendo infinito gozo, o que é drama


O caminho é longo, a estrada escura
Porque nesse caminho sempre é madrugada
Onde o que mata, também cura
E eu deixo para trás, no alto a lua abandonada



Max Baptista

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