quarta-feira, 16 de julho de 2008

Com a condição da morte.


Voltando à chuva, veio e disse: Como você incomoda, baby.
Num momento entre aspas girar o mundo é paradoxo? Tudo bem que nada pode ter sentido, ter sentido e não ter é como uma pá, que enterra o demônio pra posteriormente enterrar a Deus. Quantas pás de barro são necessárias pra enterrar com a mesma pá o que nos mata ou há de nos matar, pra sermos enterrados, mas como assim? Não sei.
Do que a alma é constituída? De água. Do que o amor é constituído? De água. Do que o corpo é constituído? Muita água. Do que o mundo é constituído? Bem, sei que é maior que nós e contém muita água. Porra, que sede.
Meus pensamentos não têm hesitado em aparecer, mas de forma brusca, sem lapidação, sem entendimento, sem posteridade, sem virtude e sem verdades.
Aí, a chuva olhou pra ela e disse: Você quem me provoca, bem!
Mas com tanta água, como pode a sede? Com tanto sentimento, como pode sofrimento? Com tanta virtude, como pode mentiras? Com tanta dor, como pode desprezo?
Mas como assim? Eu te provoco? – repetiu a moça. E a chuva morreu de dia, a moça a noite e o rapaz mais tarde, amanhecendo. Como que o coração explodisse, por uma freada contínua, uma pisada amarga e um café sem gosto.


Téo

Nenhum comentário: