sábado, 9 de fevereiro de 2008

O Dilema de um “oi”

Já faz tempo que venho me perguntando o porquê cumprimentar um conhecido na rua às vezes é tão complicado.
Antigamente era de lei: todas as pessoas nas cidades se conheciam e sempre se cumprimentavam, a maioria das vezes até pelo nome, hoje, cada vez diminuímos mais o cumprimento, do “Oi, tudo bem?”, para “Oi”, em seguida por um sorriso e freqüentemente já tenho percebido que nem mais um sorriso as pessoas dão. Como forma de cumprimento é um olhar do tipo: “Sim! Eu te enxerguei” e olhe lá...
O pior de tudo são as desculpas que as pessoas inventam para não cumprimentar as outras. Enfiar a cara na vitrine, se esconder num corredor numa loja de departamentos, atravessar a rua, começar a vasculhar a bolsa com cara de quem realmente esta procurando algo, mudar totalmente o trajeto que estava fazendo, andar com cabeça baixa com ar de “pior dia do mundo”, usar óculos escuro para que, caso a pessoa venha tirar satisfações, possa dizer que estava olhando para outro lado, se estiver acompanhado de alguém engrenar num papo do tipo que ninguém vai querer interromper pra dar um “oi”, entre outros tantos absurdos que fizemos pelo simples mortal sacrifício de cumprimentar o dito cujo conhecido.
Claro que não tem como nos tratarmos como antigamente, visto que é comum não conhecermos nem mesmo nossos vizinhos de porta, que dirá a cidade toda. Mas convenhamos, que não custaria nada e seria muito menos constrangedor se simplesmente soltássemos um simpático “oi” ao invés de ficarmos nos camuflando toda vez que nos depararmos com um conhecido. Oi! Tudo bem?

Nenhum comentário: