sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Jardim Opaco


************************
Ah! Magaly, Magaly

Se não fosse
uma vida em sul
meter-me-ia
em grosso mato
a dentro
Ver-me-ia coroado
em alento
num esplendoroso
céu a contento
em crepúsculo
ante um dia novo
exalavam
um novo dia azul
Guardaria
em meu peito
feito paiol
circulado de saudades
Ungüento de moradas
espaçosas nuvens
distantes
das bovinas sonatas
Pião
pasto
e pilão
Solidão
Metamorfoseada em águas
inundando atlântico
Intacta
e alada imagem
Vento
quebrando ondas
e ancorando cais
em oceanos
Vida em carícias plenas
ao largo
do virgem lago
dourando almas
em divina seiva
Hálito ardente
em espumante desejo
Infinitos lençóis
sob face rubra
Ardente grito
em tempestade retalhada
Desalinhada aurora
rompe o agreste
em luares serenados
e corpos noturnos
perpetuando a noite
e a seiva do destino
Impregnando
e fermentando
a pactuação do sol
Perolada cruz
de banhada luz
em escravidão
O poeta
se consome
em foco incontido
entre céu
e mar
e vasto campo de luz
Escalando rochedos
Plantando
na mansidão da glória
a ascensão
do augusto céu
alheio ao universo
de passos sombrios
Nas flores
do jardim opaco
busco a inspiração
que brota em mim

By Maha

Nenhum comentário: