quarta-feira, 25 de junho de 2008

sangue e morte no ano de marte


Sangue e Morte no ano de Marte

Ruas desertas no escuro da noite
É madrugada e sinto frio, porque faz sereno
São três da manhã e o terror noturno
Bate na porta um vento forte, que fala
E lembro de tudo, desde que era pequeno
Paro e penso no que estou vivendo.

Sangue e morte no ano de Marte
Mais uma guerra por petróleo e sem razão
A justiça pede abrigo entre o Império e o fascismo
Democracia é a desculpa desse mundo sem coração
No deserto dos seus olhos são milhões em oração.

Lágrimas que secam antes de cair no chão
A terra árida e dura como o nosso peito
Somos máquinas movidas por dinheiro
Não sei mais o que pensar, só sei o que devo,
O que quero e o que desejo está no seu beijo
É tudo tão rápido que quase me perco.

Intenso e lento, a dor que vem antes da explosão
Mas no grito de milhões, a solução
O sofrimento desse mundo é mais uma página do livro,
Uma pedra no caminho, um capítulo da História
Da humanidade, que a cada instante proclama sua vitória.

Mas o dia nasce e já está tudo bem
O sol irá se pôr e trazer outra noite também
E as horas, desse modo, correm na normalidade
E o sabor do teu beijo, o calor do teu corpo e os sonhos desfeitos
Tudo é passado, tudo é perfeito, na parede da memória
Teu retrato toma um ar mais ameno.

Não pense que tudo acabou, que a história encerrou
No drama da vida, ainda não fecharam a cortina
Não fecharam a cortina sobre nós nessa tragédia, que enceno
Aceno, então, pro futuro, espero o amanhã
Nos sonhos e na luta, na esperança de que um dia isso tudo muda.






É a hora da virada, vamos virar a mesa
O sol passa pelo teu signo e exige mudança
O meu tempo é outro que não o seu
Eu ando e o tempo passa mais veloz
E se tudo passa o tempo todo, o que será de nós?
O rio nunca é o mesmo, porque a água que por ele passa é diferente da que já passou
E se a morte é tudo o que há nessa vida
Ela também é um novo começo, a nossa carta na mesa.


Rafael.

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