sábado, 30 de agosto de 2008

O que é de fato significativo?

O filho que muitas vezes não limpa o quarto e fica vendo televisão,
significa que...
está em casa!
A desordem que tenho que limpar depois de uma festa,
significa que...
estivemos rodeados de familiares e amigos!
As roupas que estão apertadas,
significa que...
tenho mais do que o suficiente para comer!
O trabalho que tenho em limpar a casa,
significa que...
tenho uma casa!
As queixas que escuto acerca do governo,
significa que...
tenho liberdade de expressão!
Não encontro estacionamento,
significa que...
tenho carro!
Os gritos das crianças,
significa que...
posso ouvir!
O cansaço no final do dia,
significa que...
posso trabalhar!
O despertador que me acorda todas as manhãs,
significa que...
estou vivo!
Finalmente pela quantidade de mensagens que recebo,
significa que...
tenho amigos pensando em mim!




'QUANDO PENSARES QUE A VIDA TE CORRE MAL...
LEIA OUTRA VEZ ESTA MENSAGEM!!!'





Enviado por Adriana Ayres

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A Formiga e a Pomba


Uma Formiga foi à margem do rio para beber água,
e sendo arrastada pela forte correnteza,
estava prestes a se afogar.

Uma Pomba,que estava numa árvore sobre a água a tudo assistir, arranca uma folha e a deixa cair na correnteza perto da mesma. Subindo na folha a Formiga flutuou em segurança até a margem.

Eis que pouco tempo depois, um caçador de pássaros,oculto pelas folhas da árvore,se prepara para colocar uma armadilha com visgo, no galho onde repousa a Pomba sem que a mesma perceba o perigo.

A Formiga, percebendo sua intenção,dá-lhe uma ferroada no pé.
Do susto,ele deixa cair sua armadilha,e isso dá chance
para que a Pomba voe para longe e fique a salvo.

(Esopo)

O Lobo e a Ovelha


Um lobo, muito ferido devido à várias mordidas de cachorros, repousava doente e bastante debilitado em sua toca.

Como estava com fome, ele chamou uma ovelha que ia passando ali perto, e pediu-lhe para trazer um pouco da água de um regato que corria ao lado dela.

Assim, falou o lobo, se você me trouxer água, eu ficarei em condições de conseguir meu próprio alimento.

Claro, respondeu a ovelha, se eu levar água para você, sem dúvida eu serei esse alimento.


Autor: Esopo

Beócio , mentecapto e troglodita

Cláudio José Lopes Rodrigues

Uma aura acabrunhante na sala de espera do consultório do urologista. O televisor ligado de nada valia como entretenimento. A mesma ineficácia das revistas espalhadas pelos assentos com seus horóscopos, palavras cruzadas, dicas de beleza, receitas culinárias, bisbilhotices sobre o mundo artístico e outras frivolidades.

Retraídos senhores portavam grandes envelopes com exames médicos. Guerreiros quebrantados de espadas recolhidas, só uma pequena parte além da bainha, qual a cabeça de um jabuti fora do casco. A sucuri transformada em intimidada minhoca.



Uma intensa e reiterada vontade de urinar. Decepcionantes idas ao banheiro. Insistente desejo, porém quase nada de micção. Pingos na roupa apesar das balançadas finais.



Muito líquido retido pela bexiga. A hipertrofia da próstata asfixiava o colo vesical e a uretra! O jato fraco e difuso, molhando o piso do banheiro provocando reclamações da mulher.



Cada gênero com os seus inconvenientes. A mulher com a decadência uterina, os calores vulcânicos e demais inconvenientes do climatério... Grandíssimos incômodos. O desconforto do exame ginecológico, entretanto, se apequenava diante do vexame do homem no urologista. A tecnologia médica na área urológica masculina carecia de muita evolução. Não dispunha de exames radiográficos que superassem procedimentos invasivos, como havia muito ocorria quanto aos pulmões, ossos, tendões... A técnica mais eficaz e segura para o exame da próstata era o humilhante toque retal.
O vexame acachapante agravava-se por piadinhas de mau gosto: o perigo é você se acostumar e querer fazer o toque toda semana; doutor Osório além de muito competente tem um dedo enoooooorme... As contestações a tais historias, no fundo, no fundo, pouco alentavam. O macho de verdade pode estar vestido de Carmem Miranda e continua macho, maaaaacho! Já o não macho, declarado ou enrustido, mesmo fazendo o papel de um feroz guerreiro das hostes de Átila, o Rei dos Hunos, denuncia-se até pelo modo de pegar na lança... Na hora do exame, entretanto, o arrazoado não neutralizava as atribulações de quem estava na ante-sala. O argumento maior – mais convincente e dilemático – era trágico: A dedada ou a vida!



Maldita hipertrofia prostática!



– Senhor Afrísio Andrada – Anunciou a atendente com frieza profissional.



O Dr. Sebastião Miranda recebeu o paciente com um sorriso simpático, um aperto de mão e uns tapinhas no ombro para conferir tranqüilidade e ânimo ao fragilizado cidadão.



Sentado ao birô diante do paciente, o médico sentiu-se, de súbito, recuar no tempo. Lembrou-se do serviço militar prestado havia trinta e cinco anos. Era o soldado 321 da Companhia de Comando e Serviços (CCSv). Um tempo difícil. Freqüentava, simultaneamente o Supletivo – o então Madureza ou Artigo 99. Tivera que ajudar o pai desde cedo e se atrasara nos estudos. A realidade do quartel ratificou-lhe uma convicção: fora dos estudos, suas chances de vencer, de firmar-se na vida, seriam nulas. Pardo, pobre, sem talento esportivo nem pendor para liderança... ele não se destacava entre os companheiros. Não tinha peixe, não era protegido de ninguém. Uma figura apagada.
O tempo elidiu da sua lembrança quase todos as pessoas que conheceu na caserna durante aqueles onze meses. A figura que permaneceu mais nítida na sua memória foi a do sargenteante, um sujeito prepotente. Sua arrogância aflorava através de um perene risinho sarcástico e palavras empoladas. Dirigia-se aos subordinados com presunção num distanciamento que nem mesmo o mais estrelado dos generais demonstraria.



O inexpressivo soldado Miranda sentiu o vergaste dessa prepotência de forma humilhante e desmedida em frente de toda a companhia numa formatura matinal. Houvera um engano na distribuição das camisetas. A de Miranda estava grafada 320 ao invés de 321. Não lhe cabia nenhuma culpa. O engano não fora dele. O sargenteante, entretanto, ao constatar o equívoco, encheu-se de fúria candente e com profundo desprezo gritou:



– Fora de forma seu animal! Fora de forma seu beócio, mentecapto, troglodita!



Esmagado pela humilhação, Miranda saiu de forma sentindo-se enxotado como um cachorro sarnento. Toda a companhia a olhá-lo. A maioria com um certo prazer por presenciar a agressão despropositada e imoderada. Outros, com ar de surpresa. Uns poucos, com expressão de revolta. Ninguém indiferente. Todos silentes.

O 321 engoliu em seco o ultraje. Sentiu em cima dele o peso de todos regulamentos e jargões castrenses, alguns plenos da mais pura insensatez. A mais estúpida de todas: superiornãoerra.



Sebastião Miranda, tenaz, concluiu os exames de Madureza, foi aprovado no vestibular e fez o curso de Medicina. A passagem pelo Exército transformou-se em uma linha cada vez mais remota do seu currículo e no número do Certificado de Reservista. Uma experiência tão remota e secundária que ele dificilmente lembrava-se ou tinha notícias dos co-participantes daquele universo. Entre as poucas informações, soubera que o sargenteante no ano seguinte fora transferido para unidades distantes, de fronteira.
As lembranças represadas por tanto tempo vinham, nesse momento, de enxurrada à memória do médico. Elas o arrastaram a uma longa viagem ao passado e, agora, ele regressava ao presente. Trinta e cinco anos!



Dois momentos muito diferentes da sua vida. Porém, os mesmos personagens. O Dr. Sebastião Miranda dos Santos, bem-conceituado urologista, diante do fragilizado e humilde capitão da reserva do Exército Afrísio Andrada, que não reconheceu o antigo subordinado.



O médico achou prudente não aludir ao seu efêmero tempo de caserna. Fez indagações pertinentes aos incômodos do cliente. Procurou neutralizar-lhe os temores. Mesmo se fosse o pior, a ocorrência de um tumor maligno, ficasse despreocupado pois hoje há tratamentos de grande eficácia, com prolongada e satisfatória sobrevida. Mas, pelo que está me parecendo, seu problema se restringe a estreitamento uretral, sem caráter de malignidade. Para constatar o fato com mais segurança, porém, é imprescindível fazer o toque retal.



O engurujado ex-sargenteante afrouxou o cinturão, tirou a calça, pendurou-a com a cueca no cabide e, profundamente afligido, sentou-se na cadeira para a verificação urológica. Quase deitado, as pernas para cima abertas em V. A região sedal bem pronunciada.

O Dr. Miranda lavou cuidadosamente as mãos, enxugou-as e calçou as luvas de borracha.



O ex-sargenteante Andrada naquela posição patética sentia-se um frango num espeto giratório de num forno elétrico. A sensação foi ainda maior quando o ex-soldado Miranda enfiou o indicador no reto do paciente e remexeu o dedo várias vezes.
Concluído o exame, o Dr. Sebastião Miranda dos Santos pusera termo a mais um dos milhares de procedimentos da sua rotina clínica. Estava inquieto, porém. Sentia-se tocado por uma certa angústia moral. Apesar do procedimento tecnicamente correto, ele julgava haver traído de alguma forma um princípio do Juramento de Hipócrates feito ao colar grau: Aplicarei os regimespara o bem do doentesegundo o meupoder e entendimento, nuncaparacausardanooumal a alguém.



Ao realizar o toque no ex-superior militar, ele lembrou-se daquelas palavras vociferadas há mais de três décadas: – Fora de formaseuanimal! Fora de formaseubeócio, mentecapto, troglodita!



E, naquele momento, o Dr. Miranda transformou o toque em um estupro.





* Clube do Conto da Paraíba – Tema: Viagem no tempo

** Dedicada ao Fisher, sujeito educadissimo... ao estilo Andrada.
Um dia nos reencontraremos, [vide titulo]. Talvez daqui a 3 decadas... mas vc vai engolir a sua arrogancia.

CUIDAR DE SI MESMO



Como é que você vê o mundo ao seu redor?
Se, de vez em quando, o mundo lhe parecer um tanto escuro, preste muita atenção, pois pode não ser bem assim.
E para que você perceba que tudo depende do jeito que a gente vê, vamos contar uma pequena história.


O jovem casal mudou-se para um bairro muito tranqüilo. Na primeira manhã que passavam em sua nova casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou no varal que a vizinha pendurava os lençóis lavados e comentou com o marido:

- Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!

O marido observou calado. Três dias depois, também durante o café da manhã, a vizinha pendurava seus lençóis e novamente a mulher comentou com o esposo:

- Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!

E assim, a cada três dias, a mulher repetia seu discurso enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.

Passado um mês, a jovem esposa se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos sendo estendidos e, empolgada foi dizer ao marido:

- Veja! Ela aprendeu a lavar as roupas! Será que a outra vizinha lhe deu sabão? Porque você não fez nada, não é mesmo?

O marido lhe respondeu calmamente:

- Não, eu não lhe dei sabão nem fui ensiná-la a lavar roupas, meu bem.

- Acontece que hoje eu levantei mais cedo e lavei a vidraça da nossa janela! Creio que era a sujeira que impedia você de ver a brancura dos lençóis da nossa vizinha.


Pois bem, se você estiver vendo apenas coisas negativas nas pessoas ao seu redor, talvez fosse interessante dar uma olhada na sua vidraça.

Tantas vezes, o que pensamos ser uma mancha escura no vizinho, não passa de um ponto de vista equivocado ou de uma visão distorcida.

A nossa visão de mundo, portanto, depende da janela através da qual observamos os fatos.
Ela pode estar manchada pelo lodo da inveja, pela poeira da incompreensão, pelos respingos do orgulho, ou algumas nódoas de mágoa. Seria interessante que, antes de criticar, olhássemos primeiro a nossa situação: se estamos fazendo alguma coisa para contribuir ou se apenas nos limitamos a falar mal de coisas e pessoas.

E podemos começar olhando para os nossos próprios defeitos e limitações para poder entender e compreender as deficiências do semelhante.

Jesus chamou-nos a atenção dizendo que enxergamos facilmente o cisco no olho do próximo, mas não vemos a trave que tem no nosso.

Por essa razão, é importante que antes de lançar qualquer comentário infeliz sobre os outros, olhemos primeiro se a nossa janela está bem limpa e transparente.


Dinho

A MAGIA E O ENCANTO DA SENSUALIDADE


Sensualidade tem a ver com cheiro, com calor, com voz, com boca molhada, com faísca nos olhos, com tesão transpirando em cada poro. Tem a ver com dificuldade (nada muito fácil é sensual), com desafio...

Sensual é aquela pessoa que não te deixa indiferente, nunca. Você pode até não gostar, achar arrogante e babaca, mas você se arrepia quando passa perto...rssss
É sentir aquela sensação eletrizante de estar vivo e em contato com o mundo.

A sensualidade envolve muitas coisas diferentes: a nossa forma de agir, a maneira de tocar, os gestos, olhares, a voz, a maneira como nos relacionamos com todos e como nos sentimos conosco mesmos..

Ser sensual não(necessariamente) tem a ver com beleza física, um corpo atraente, etc..
mas está intimamente ligado a quem tem senso de humor,
quem é pessoa carinhosa e quente...

Ser sensual é também pra quem tem uma mente sedutora;
é quem tem uma "faísca" guardadinha..... chamada magnetismo...


Ser sensual, no meu ponto de vista, em primeiro lugar, é respeitar, é idolatrar e preservar a pessoa amada, principalmente sendo ela uma mulher. Ser sensual também é ser gentil. É lhe mandar flores, é lhe dar carinho, atenção, fidelidade e amor. Ser sensual é lhe abrir a porta, lhe conceder a cadeira. Ser sensual é, numa noite em que tudo parece estar perdido, quando o coração sangra por feridas de um amor frustrado, surge na tela, uma musa, que de forma despretensiosa o cativa e é cativada. Ser sensual é quando este contato, que não foi arquitetado nem planejado, que surgiu num acaso de início de madrugada, te prende até o amanhecer. E que, com sensualidade, te atiça, e provoca em teu ser todas emoções. Não de sexo, mas de carinho, de atenção, de cura em relação as feridas, te levando às lagrimas, não de tristeza, mas de prazer. Prazer do espírito, da alma.
Sensualidade é você olhar na janela e ver o sol surgir numa briga de luzes com a tua musa.
Sensualidade, sensualidade é a música ao fundo, que é dividida, em promessas de ser o marco deste encontro, que será o primeiro de muitos, mas sempre, de forma sensual, embalado pela música.
Ser sensual, enfim, são todos os momentos que vivemos com o coração, com a mente, em uma mesma sintonia.
Talvez a sensualidade esteja, como a beleza, nos olhos de quem vê, nas narinas de quem sente o cheiro, na pele de quem sente a química. Sensual para uns, nem tanto para outros.

É ser naturalmente você, sem fazer gênero, sem fazer tipo. Afinal, é a outra pessoa que tem que enxergar a sensualidade em você e isso só vai acontecer se ela estiver interessada no que você é. E quando existe a química entre duas pessoas, tudo acontece natural e espontaneamente.

Algumas mulheres enxergam a sensualidade num homem educado e atencioso, por exemplo. Outras, infelizmente, nos grossos e boçais. Conheço mulheres que só sentem tesão por homens estúpidos (fazer o quê?). Então, não existe regra geral, mas o gosto de cada um.

De qualquer modo, é também necessário que você demonstre o seu interesse, e o que eu mais aprecio no jogo da sedução são exatamente esses sinais, que são como um jogo de xadrez, onde cada um faz um movimento e aguarda o do outro, estuda o “campo de batalha”, o “oponente”, tudo faz parte das regras.

Sutileza é uma palavra mágica. Saber insinuar-se sem ser vulgar, procurar o outro sem “encher o saco” e sem parecer que o está patrulhando.

ROGÉRIO L. CARDOSO

A Opção Ideal‏

Um príncipe poderoso caiu em mãos inimigas q decidiram tirar-lhe a vida, condenando-o à forca. Dada sua linhagem nobre, o rei dos inimigos propôs um acordo.Se ele conseguisse decifrar um certo enigma, sua vida seria poupada. Concedeu-lhe a liberdade d procurar a resposta por 3 dias.Com a pergunta lhe fervendo na cabeça, o príncipe começou a buscar entre os habitantes do lugar quem o pudesse ajudar.A pergunta era: o que mais deseja uma mulher?Ao final do terceiro dia,já desanimado e antevendo sua morte na forca,o príncipe encontrou uma mulher muito feia.Na boca, somente 2 dentes.Os cabelos desgrenhados.As vestes sujas.Era chamada por todos, pelo seu aspecto horrível, de bruxa.Ela disse q tinha a resposta.Mas exigia q, tendo salva a vida, ele voltasse e casasse c ela.Não desejando morrer, ele consentiu e ela lhe disse: "o que mais deseja uma mulher é ter soberania sobre a sua vida." Com a resposta, o príncipe teve poupada a sua vida e voltou para casar c/ a bruxa. Não queria, mas tinha prometido.Triste destino o meu, pensava.Casar com uma bruxa.Entristecido, na noite d núpcias, sentou-se na cama aguardando a noiva d horrível aspecto.Qual não foi sua surpresa qdo ela se apresentou belíssima, num vestido branco, com cabelos louros, olhos azuis brilhantes e um sorriso perfeito. Como pode?, Perguntou o príncipe. É q esqueci d lhe falar q durante o dia eu sou bruxa e à noite viro uma linda mulher. Agora, você pode escolher: quer q eu seja bruxa d dia ou d noite? Ele olhou para aquela figura maravilhosa e disse: deixo q você escolha se quer ser bruxa à noite e donzela durante o dia ou o contrário.A noite foi perfeita. No dia seguinte,ao raiar do sol,o príncipe abriu os olhos e surpreso,viu deitada ao seu lado,a jovem maravilhosa da noite anterior.Como?Falou ele, vc não disse q durante o dia virava bruxa?Meu amor, falou ela, como vc deixou q eu decidisse sobre o q quisesse ser e qdo quisesse, eu decid ser donzela d dia e d noite.Lembra q eu lhe falei q o q mais deseja uma mulher é a soberania sobre a vida?


Carla Reike

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

ISMÁLIA

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


Alphonsus de Guimaraens

Texto que encontrei no blog: http://afonsohenriquehair.blogspot.com/

Carta de um pai para seu filho....

Amado Filho
Espero que o dia em que este velho não seja mais o mesmo, tenhas paciência e me compreendas.
E quando deixar cair comida sobre a minha camisa e esquecer como se faz o laço no atacador do meu sapato, tenhas paciência comigo e lembra-te das horas que passei ensinando-te essas mesmas coisas.
Se quando conversares comigo eu repetir as mesmas histórias, não me interrompas e escuta-me. Quando eras pequeno, para que dormisses, tive de contar milhares de vezes as mesmas historias até tu fechares os teus olhinhos.
Quando estivermos reunidos e sem querer fizer as minhas necessidades, não fiques com vergonha.Espero que compreendas que não tenho culpa disso, pois já não as posso controlar. Pensa quantas vezes pacientemente, troquei as tuas roupas para que tivesses sempre limpo e cheiroso.
Lembra-te que fui eu quem te ensinou tanta coisa...Comer, vestir e como enfrentar a vida tão bem como hoje o fazes. Isso é o resultado do meu esforço e da minha perseverança.
Se em algum momento quando conversarmos eu esquecer-me do que estávamos a falar, tem paciência comigo e ajuda-me a lembrar.Talvez a única coisa importante para mim naquele momento, seja o fato de te ver perto de mim e dando-me atenção e não o que falávamos.
Se alguma vez eu não quiser comer, espero que saibas insistir com carinho assim como fiz contigo.
Espero que compreendas que com o tempo não terei dentes fortes nem agilidade para engolir.
E quando as minhas pernas falharem por estarem tão cansadas e eu não conseguir mais me equilibrar...Com ternura dá-me a tua mão para me apoiar, como eu o fiz quando começas-te a caminhar com as tuas perninhas tão frágeis.
Se algum dia me ouvires dizer que não quero mais viver, não te aborreças comigo.Algum dia entenderá que isto não tem a ver com o teu carinho ou com quanto te amo.
Espero que compreendas que é difícil ver a vida abandonando aos poucos o meu corpo, e que é duro admitir que já não tenho o mesmo vigor para correr ao teu lado.


Mandado por Carla Reike

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O CARRO NOVo

Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas notas e o comportamento eram uma decepção para seus pais que, como bons pais, sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido.Um belo dia, o bom pai lhe propôs um acordo: "Se você, meu filho, mudar o seu comportamento, se dedicar aos estudos e conseguir ser aprovado no vestibular para a faculdade de medicina, lhe darei então um carro de presente.Por causa do carro, o rapaz mudou da água para o vinho. Passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar. O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação: sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversação sincera, mas apenas do interesse em obter o automóvel, e isso não era bom.O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços. Assim o grande dia chegou! Fora aprovado para o curso de medicina. Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração. O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe daria o automóvel.Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e lhe passou às mãos uma caixa de presente. Crendo que ali estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote. Para sua surpresa era uma Bíblia. O rapaz ficou visivelmente decepcionado e nada disse.A partir daquele dia, o silêncio e a distância separavam pai e filho. O jovem se sentia traído e, agora, lutava para ser independente. Deixou a casa dos pais e foi morar no campus da Universidade. Raramente mandava notícias à família.O tempo passou, ele se formou e conseguiu um emprego em um bom hospital, esquecendo-se completamente do pai. Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão, até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu, vindo a falecer.No enterro, a mãe entregou ao filho, indiferente, a Bíblia que tinha sido o último presente do pai e que havia sido deixada para trás.
De volta à sua casa, o rapaz, que nunca perdoara o pai, quando colocou a Bíblia numa estante, notou que havia um envelope dentro dela. Ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque. A carta dizia: "Meu querido filho, sei o quanto você deseja Ter um carro.Eu prometi e aqui está o cheque para que você escolha aquele carro que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor: a Bíblia Sagrada. Nela aprenderá o amor a Deus e a fazer o bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência."Corroído pelo remorso o filho caiu em profundo pranto. E a carta finaliza assim: "Como é triste a vida dos que não sabem perdoar.Isso leva a erros terríveis e a um fim ainda pior. Antes que seja tarde perdoe aquele a quem você pensa ter feito mal. Talvez se olhar com cuidado, vai ver que ali também há um cheque escondido".


Joicinha

isso é verdade


Quem morre?

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa
quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias
queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

Família é uma merda


Rubem Fonseca


Tenho uma saúde de ferro, mas andava sentindo umas dores de cabeça e fui à farmácia comprar aspirina. Foi assim que conheci Genoveva. Ela me perguntou para que eu queria aspirina.

“Para dor de cabeça”.

“Aspirina ataca o estômago”.

Se ela trabalhava numa farmácia devia saber o que estava dizendo.

“Então eu tomo o quê?”

“Tylenol.”

“Já tomei esse troço e não passou a dor” Ficamos batendo um papo, não tinha outros fregueses na farmácia. Ela morava na rua do Camerino, logo no início, perto da farmácia, que ficava na rua Larga, também conhecida como Marechal Floriano. Eu morava no Santo Cristo.

Gostei de Genoveva. Mesmo sem estar com dor de cabeça, voltei à farmácia no dia seguinte.

“Já acabou o Tylenol?”

“Vim só dizer oi para você”.

”Oi.Como é o seu nome?”.

“Valdo”.

“Parece nome de jogador de futebol. Você joga futebol?”

“Jogo. Pelada. Todo brasileiro joga futebol”.

“O meu é Geni”.

Depois desse dia, começamos a namorar O problema é que eu tinha que namorar escondido dos meus irmãos e da minha mãe. Eu gostava da Genoveva, mas ela era feia, nem muito gorda nem muito magra, nem tinha a pele ruim, mas era feia. Não sei como explicar a feiúra da Genoveva. Se fosse uma garota bonita era mais fácil.

Já namorávamos havia dois meses quando Genoveva me disse que a mãe dela queria me conhecer As confusões entre namorados sempre começam quando as famílias se metem no meio. A velha ia achar uma porção de defeitos em mim.

Mas não foi nada disso. A velha disse:

“Genoveva, seu namorado é muito bonito e educado”.

“Mamãe, eu disse a ele que me chamava Geni, a senhora sabe que eu não gosto desse nome.

“Se o moço vai casar com você tem que saber o seu nome verdadeiro.”

“Meu nome também não é Valdo. É Oduvaldo”.

“Acho Oduvaldo bonito’; disse a garota.

“Eu acho Genoveva mais ainda”.

Depois a mãe foi ver televisão no quarto onde as duas dormiam. A casa era pequena. Ficamos sozinhos no sofá da sala e eu não fiz nada. Não fiz nada porque Genoveva era virgem e eu não queria mandar o cabaço dela pro espaço, aquela coisa de a mãe falar em casamento me deixou arrepiado. Tirar cabaço é coisa feita no impulso, e a mulher sempre embucha. Aí o cara tem que casar Eu até casava com Genoveva, se não fosse a minha família. Todo mundo na minha casa era bonito. Como é que eu ia chegar e dizer, olha aqui pessoal, vou casar com esta moça feia? Ainda por cima, no momento nem estou trabalhando, quem me sustenta é o meu irmão que tem um restaurante no Santo Cristo. Ele é casado com uma dona que podia trabalhar no cinema.

Santo Cristo é um lugar perfeito, nasci e me criei lá, não tem boteco, loja, oficina, casa que eu não conheça, pelo menos por fora. Sei onde se pode comer uma boa gororoba, claro que o melhor lugar é o restaurante do meu irmão. Santo Cristo é um paraíso, eu podia passar a vida sem sair do bairro nem para ir à praia. Como é que fui comprar um remédio para dor de cabeça na rua Larga, se Santo Cristo tem suas farmácias? Foi o destino. O destino arma essas coisas pra cima da gente, colocou Genoveva no meu caminho.

“Você não gosta do lugar onde mora?”

“Por quê?”

“Nunca me leva para passear em Santo Cristo”.

“Não gosto daquele bairro. Prefiro a Tijuca. Já morei na rua dos Araújos”.

Era mentira. Eu detestava a Tijuca, mas não queria andar pelo Santo Cristo e ser visto com Genoveva. Quem morava na rua dos Araújos era uma meio-prima minha, a Glorinha, nós namoramos até que eles se mudaram para a Barra e eu inventei que isso complicou o namoro. Foi um pretexto, ela era bonita, gostava de mim, mas eu não gostava dela e dizem que filhos de primos podem nascer aleijados. Meus irmãos, apesar de detestarem a nossa tia, que era irmã da minha mãe por parte de pai, achavam que seria um casamento perfeito para mim. O pai dela, sócio de uma companhia de ônibus na Baixada, podia me arrumar um emprego, já que eu não queria ser garçom no restaurante do meu irmão. Eu não era daqueles caras que inventam que estão desempregados porque não encontram emprego, eu não encontrava mesmo, só não queria ser garçom.

‘‘Você não vai me apresentar sua família? Você nunca fala dela”.

‘‘Qualquer dia desses”.

“Eu te apresentei minha mãe. Não tenho pai. Você tem pai e mãe?”

“Sou igual a você, só tenho mãe. Mas ela não gosta de receber visita”.

“Também não tem irmãos?”

Você nunca conta uma mentira apenas. Vem sempre uma porrada delas, de enxurrada. Acho que eu dizia pelo menos uma mentira por dia para Genoveva. Eu gostava dela, mas não podia gostar dela, uma mulher bonita pode gostar de um homem feio, mas nenhum homem pode gostar de uma mulher feia, o mundo é assim. Se eu tivesse dinheiro para sair de casa, fugia com ela. E o trambolho da mãe, o que a gente ia fazer com aquilo? Quem sustentava a velha era a Genoveva, com a merreca que ganhava na farmácia, e olha que ela era a gerente.

Como diz o ditado, é mais fácil pegar um mentiroso do que um coxo. Coxo é uma espécie de perneta. Um dia fui apanhar Genoveva na farmácia na hora do almoço, íamos comer um sanduíche com caldo de cana num pé-sujo da rua do Acre e descíamos pela rua Larga quando ouvi uma voz:

“Oduvaldo, Oduvaldo”

Reconheci a voz, fingi que não ouvi. Continuei andando, mas Genoveva parou, olhou para trás.

“Tem uma moça te chamando”.

“Moça? Deixa pra lá, vamos embora”.

Mas a minha irmã já tinha chegado perto.

“Hoje é o aniversário de Clodoaldo. Não vá se esquecer Oito horas. Você é meio cabeça-tonta.”

Lá em casa todos os nomes de homem terminam em aldo. E o nome das mulheres em alva.

“Não vai me apresentar a sua amiga?”

“É a moça da farmácia”.

“Eu sou irmã dele. Marialva, muito prazer”.

“Muito prazer, Geni. Pensei que estava viajando”.

“Viajando? Quem me dera.”

“O que você está fazendo aqui na rua Larga?’ perguntei, irritado.

"Vim comprar o presente do Clodoaldo. Você está aborrecido com alguma coisa?”

“Temos que ir, tchau” eu disse, puxando Genoveva.

O caldo de cana naquele dia estava com gosto ruim. Genoveva não comeu o sanduíche. Disse estar sem fome e não falou mais nada. Quando voltávamos para a farmácia, me perguntou:

“Por que você não me apresentou como sua namorada? Moça da farmácia? Moça da farmácia?”

“Eu não quis, sabe como é, dizer assim, sem mais nem menos, esta é minha namorada, minha irmã ia dizer, meu irmão tinha uma namorada e não apresentava para a gente. Sabe como é, ia ficar esquisito”.

“Ela não estava viajando? Ou você está me engrupindo?”

“Que é isso, Genoveva? Está zangada?”

“Estou zangada, sim”.

“Eu um dia te apresento a eles”.

“Por que não me leva no aniversário do, do, como é o nome dele? Do seu irmão”.

“Clodoaldo. Assim, sem mais nem menos?”

“Como, sem mais nem menos? Tem que chegar uma hora para isso”.

“Não sei se a hora certa é numa festa de aniversário sem graça, com bolo e parabéns para você”.

Eu e o Clodoaldo fazíamos anos no mesmo mês, mas Genoveva não sabia disso, eu não podia dizer para ela que minha família ia dar uma festa para mim nos próximos dias, no meu aniversário. Eu não podia levar a garota na minha casa. Família é uma merda.

“Você pensa que eu sou boba, não pensa?”

“Que é isso, Genoveva?”

“Pára de dizer o que é isso. Isso é isso mesmo. Não me leva até a farmácia, quero pensar, você está me atrapalhando”.

Ela saiu correndo, correndo mesmo, como se estivesse disputando os cem metros rasos.

Cheguei às oito em ponto na festa do Clodoaldo, no restaurante dele, fechado para os fregueses naquela noite. Entre os presentes que ganhou, o único mixuruca foi o escudo do Vasco que dei a ele, mas Clodoaldo era um vascaíno fanático e gostou do escudinho, além disso sabia que eu estava na pindaíba. Fiquei espiando a minha família, todo mundo elegante, todos bonitos e bem de vida, a mulher do Clodoaldo era bonita, a do Reinaldo, que tem uma oficina mecânica, era bonita, até minha mãe, que era velha, era bonita, o único que era apenas bonito e não estava se dando bem na vida era eu, mas beleza não põe mesa, a menos que você seja mulher, como dizem.

Além da minha mãe e dos meus irmãos, estavam na festa os amigos deles. Eu não tenho amigos. Vá lá, os amigos deles são também um pouco meus amigos. Todo mundo bebeu, teve cantoria, gargalhadas, tudo numa boa, eu também bebi, mas não adiantou nada, a cerveja e o vinho tiveram o mesmo efeito que chá de agrião, só me deixaram enjoado.

“O Oduvaldo arranjou uma namorada” anunciou Marialva, lá para as tantas.

Todo mundo caiu na minha pele. Disseram um monte de besteiras, contaram piadinhas.

“Esse cara é um moita” disse Ronaldo.

“Quem é a moça?” perguntou minha mãe.

“Trabalha numa farmácia” disse Marialva.

“A Jaqueline? Aquela garota é um anjo”.

“Ela não trabalha na farmácia daqui, mãe. Acho que é numa das farmácias da rua Larga. Os dois estavam andando pela rua Larga. O nome dela é Geni”.

Ouvi mais um monte de piadinhas idiotas. Marialva não contou que Geni era feia. Para falar a verdade, Marialva era legal, estava noiva de um médico, ia casar com ele, o cara estava na festa, era meio prosa, sabe como são esses médicos, mas não era mau sujeito, muito gentil com todos nós, mas graças a Deus eu não precisava dos serviços dele, o cara era médico de hemorróidas. Além de bacana, o puto também era bonito. Porra, tinha gente feia pra caralho no Brasil, menos na minha família? Que merda.

No dia seguinte passei na farmácia. Genoveva estava emburrada.

“O senhor deseja algum produto?”

“Quero falar com você”.

“Não temos nada a conversar. Estou muito ocupada” disse, virando as costas e se escondendo no fundo da farmácia.

Eu estava numa sinuca de bico. Não podia apresentar Genoveva à minha família, eu ia morrer de vergonha, estava também com vergonha de mim mesmo, de ser um babaca, acho que era porque perdi o meu emprego e não conseguia arranjar outro, larguei o colégio no meio porque só gostava de jogar bilhar e bater bola, minha mãe e os meus irmãos deviam me encher de porrada, mas passavam a mão na minha cabeça.

Fiquei rondando a porta da farmácia até a hora de fechar. Quando Genoveva saiu, cheguei perto dela e disse:

“Quero te pedir perdão”.

Nenhuma mulher resiste quando um homem pede perdão. Ela olhou para mim, viu alguma coisa na minha cara e me perdoou.

“Está perdoado” disse, me dando um beijo no rosto.

Perdão eu pedi de verdade, mas o que disse em seguida era meio verdade meio mentira.

“Não te apresentei minha família porque eles são todos metidos a besta, só por isso”. Eles eram mesmo metidos a besta, até minha mãe, que se chamava Ednalva, era metida a besta, mas o motivo não era só esse, era como a minha família ia reagir quando visse a feiúra de Genoveva.

“E qual é o problema de eles serem convencidos? Qual é o problema?”

Consegui driblar o assunto e me separei dela numa boa, mas Genoveva parecia preocupada com alguma coisa.

No dia seguinte ao aniversário de Clodoaldo, me deu uma coisa e eu chamei Marialva para uma conversa particular. Disse a ela que estava apaixonado por Genoveva. Se você quer abrir o seu peito, abra para uma mulher Se ela for sua irmã, é claro. Mãe é mais complicado, mãe é boa numas coisas, noutras é melhor a irmã.

“Aquela moça da rua Larga?” perguntou Marialva.

“Aquela.”

“Muito apaixonado?”

“Loucamente apaixonado. Não posso viver sem ela. Sei que ela é feia, mas
não posso viver sem ela”.

‘‘Existe gente mais feia do que aquela moça
".

Depois, Marialva não disse mais nada. Mordeu o beiço de baixo, só isso.

Fiquei andando pela rua, passei na porta do bilhar, resolvi que não ia jogar sinuca nunca mais, nem pelada de futebol, sei que ia sofrer por isso, mas a minha vida já estava mesmo um lixo. Ainda por cima, na quinta-feira era o dia do meu aniversário; a minha família sempre fazia uma festa para mim e eu não ia levar a Genoveva. Se ela soubesse, eu estava frito, Genoveva se chateou só porque não a convidei para o aniversário do Clodoaldo. Eu estava no mato sem cachorro.

Fiquei dois dias sem ver Genoveva. No dia do meu aniversário, cheio de remorso, dei uma passada na farmácia. Pensei que ela ia me dar um esporro, mas me recebeu com um sorriso. Achei esquisito, mas a gente nunca sabe o que uma mulher está pensando.

“Passei aqui só para te dizer que te amo”.

“Mais alguma coisa?”

“Não, só isso. A gente se vê amanhã?”

“Está bom, a gente se vê amanhã” disse ela, sempre rindo. Parecia ter pirado completamente”.

O meu aniversário foi na casa da minha mãe. Eu morava na casa da minha mãe, acontece com os caçulas, ainda mais temporão e desempregado, como eu. Estava a turma toda lá, meus irmãos, as mulheres dos meus irmãos, o doutor da Marialva, aqueles bestalhões todos A festa mal havia começado quando minha mãe disse:

“Marialva, vai pegar o presente do Oduvaldo”.

Minha irmã desapareceu por algum tempo.

A campainha da porta tocou, e todos começaram a cantar, parabéns para você. Aquela musiquinha me dava nojo.

Então minha mãe abriu a porta e surgiu Marialva, puxando Genoveva pela mão.

“Genoveva...? eu disse, surpreso.

“Não tem tanta farmácia assim na rua Larga, foi fácil encontrar a moça” disse Marialva.

Tive vontade de chorar, acho que é porque estava desempregado, e sujeito desempregado fica fraco. Para falar a verdade, meus olhos ficaram úmidos quando abracei Genoveva. Depois abracei os meus parentes e todos cobriram Genoveva de beijos. Minha mãe trouxe um bolo da cozinha, cheio de velas acesas.

Estou casado com Genoveva. Minha família gosta muito dela, dizem que é meiga, prestativa e cuida bem de mim. Trabalho como garçom no restaurante do Clodoaldo. Não é tão ruim assim, ser garçom, e o meu irmão me ofereceu sociedade. Estou dando duro, sem hora para entrar nem sair.

Quem foi que disse que família é uma merda?


Texto extraído do livro Pequenas criaturas, Companhia das Letras - São Paulo, 2002, pág. 32.

Conheça a vida e a obra de Rubem Fonseca na página "
Biografias".

domingo, 3 de agosto de 2008

Estou aprendendo


Aprendendo...
Estou aprendendo a aceitar as pessoas,
mesmo quando elas me desapontam. Quando fogem do ideal que tenho para elas, quando me ferem com palavras ásperas
ou ações impensadas. É difícil aceitar as pessoas assim como elas são,
não como eu desejo que elas sejam. É difícil, muito difícil, mas estou aprendendo.
Estou aprendendo a amar. Estou aprendendo a escutar,
escutar com os olhos e ouvidos, escutar com a alma e com todos os sentidos. Escutar o que diz o coração, o que dizem os ombros caídos,
os olhos, as mãos irrequietas. Escutar a mensagem que se esconde
por entre as palavras corriqueiras, superficiais;
Descobrir a angústia disfarçada, a insegurança mascarada,
a solidão encoberta. Penetrar o sorriso fingido, a alegria simulada, a vangloria exagerada.
Descobrir a dor de cada coração.

2 parte
Aos poucos, estou aprendendo a amar. Estou aprendendo a perdoar.
Pois o amor perdoa, lança fora as mágoas, e apaga as cicatrizes que a incompreensão e insensibilidade gravaram no coração ferido. O amor não alimenta mágoas com pensamentos dolorosos.
Não cultiva ofensas com lástimas e autocomiseração. O amor perdoa, esquece, extingue todos os traços de dor no coração. Passo a passo,
estou aprendendo a perdoar, a amar.
Estou aprendendo a descobrir o valor que se encontra dentro de cada vida, de todas as vidas. Valor soterrado pela rejeição, pela falta de compreensão, carinho e aceitação, pelas experiências duras, vividas ao longo dos anos. Estou aprendendo a ver, nas pessoas a sua alma e as possibilidades que Deus lhes deu.

3 parte
Estou aprendendo. Mas como é lenta a aprendizagem!
Como, é difícil amar, amar como Cristo amou!
Todavia, tropeçando, errando, estou aprendendo...
Aprendendo a pôr de lado as minhas próprias dores, meus interesses, minha ambição, meu orgulho quando estes impedem o bem estar e a felicidade de alguém!
Como é duro amar! Eu estou aprendendo.
E você? Sabe Amar?



Joicinha

Bambu chines


A lição do Bambu Chinês

Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada por aproximadamente 5 anos, exceto o lento desabrochar de um diminuto
broto, a partir do bulbo.
Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu,
mas, uma maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e
horizontalmente pela terra está sendo construída.
Então, no final do 5º. ano, o bambu chinês, cresce até atingir a altura de 25 metros.

Um escritor americano escreveu:

"Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu
chinês:
- você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e, às vezes não vê nada por semanas, meses, ou anos.
Mas, se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegará, e, com ele, virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava...
O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos, de nossos sonhos... especialmente no nosso trabalho, (que é sempre um grande projeto em nossas vidas).é que devemos lembrar do bambu chinês, para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.

Tenha sempre dois hábitos:
1)Persistência e paciência, pois você merece alcançar todas as metas e
sonhos.
2)É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão."

O Trem da Vida

Há algum tempo li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma leitura extremamente interessante, quando bem interpretada.
Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, agradáveis surpresas em muitos embarques e grandes tristezas em alguns desembarques.
Quando nascemos, entramos nesse magnífico trem e nos deparamos com algumas pessoas, que julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco, nossos pais.
Infelizmente isso não é verdade, em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos do seu carinho, amizade e companhia insubstituível. Isso porém não nos impedirá que durante o percurso, pessoas que se tornarão muito especiais para nós, embarquem.
Chegam nossos irmãos, amigos, filhos e amores inesquecíveis!
Muitas pessoas embarcarão nesse trem apenas a passeio, outras encontrarão no seu trajeto somente tristezas e ainda outras circularão por ele prontos a ajudar quem precise.
Vários dos viajantes quando desembarcam deixam saudades eternas, outros tantos quando desocupam seu assento, ninguém nem sequer percebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros que se tornam tão caros para nós, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos, portanto somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não nos impede é claro que possamos ir ao seu encontro.No entanto, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado,pois já haverá alguém ocupando aquele assento.
Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas, porém, jamais, retornos.
Façamos essa viagem então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com os outros passageiros, procurando em cada um deles o que tiverem de melhor, lembrando sempre que em algum momento eles poderão fraquejar e precisaremos entender, porque provavelmente também fraquejaremos e com certeza haverá alguém que nos acudirá com seu carinho e sua atenção.

O grande mistério afinal é que nunca saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros de viagem, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
Eu fico pensando se quando descer desse trem sentirei saudades.Acredito que sim, me separar de muitas amizades que fiz será no mínimo doloroso, deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos será muito triste com certeza....mas me agarro na esperança que em algum momento estarei na estação principal e com grande emoção os verei chegar.
Estarão provavelmente com uma bagagem que não possuíam quando embarcaram e o que me deixará mais feliz será ter a certeza que de alguma forma eu fui uma grande colaboradora para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.
Amigos, façamos com que a nossa estada nesse trem seja tranqüila, que tenha valido a pena e que quando chegar a hora de desembarcarmos o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.

Silvana Duboc

Sossega, coração! (FERNANDO PESSOA)


5/9/2005 11:42
Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho, o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

**FERNANDO PESSOA**

Por Enquanto - Renato Russo


2/9/2005 16:09
Por Enquanto
Legião Urbana
Composição: Renato Russo

Mudaram as estações e nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre
acaba?
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém
Só penso em você
E aí então estamos bem
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
E nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...

O jardim e as borboletas - Quintana


21/8/2005 14:33
"Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama ou acha que ama, e que não quer nada com você, definitivamente, não é a pessoa da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você..!" (Mário Quintana)

EU APRENDI (William Shakespeare)


30/8/2005 13:21

EU APRENDI
que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha;

EU APRENDI
que ser gentil é mais importante do que estar certo;

EU APRENDI
que eu sempre posso fazer uma prece por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma;

EU APRENDI
que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto;

EU APRENDI
que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para segurar
e um coração para nos entender;

EU APRENDI
que deveríamos ser gratos a Deus
por não nos dar tudo que lhe pedimos;

EU APRENDI
que dinheiro não compra "classe";

EU APRENDI
que são os pequenos acontecimentos
diários que tornam a vida espetacular;

EU APRENDI
que debaixo da "casca grossa" existe uma pessoa que deseja ser apreciada, compreendida e amada;

EU APRENDI
que Deus não fez tudo num só dia;
o que me faz pensar que eu possa ?

EU APRENDI
que ignorar os fatos não os altera;

EU APRENDI
que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

EU APRENDI
que cada pessoa que a gente conhece
deve ser saudada com um sorriso;

EU APRENDI
que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

EU APRENDI
que a vida é dura, mas EU sou mais ainda;

EU APRENDI
que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.

EU APRENDI
que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;

EU APRENDI
que devemos sempre ter palavras doces e gentis pois amanhã talvez tenhamos que engolí-las;

EU APRENDI
que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência;

EU APRENDI
que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você a esta escalando;

EU APRENDI
Que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.

FONTE:BLOG http://www.pop.com.br/popblog/popblog.php?id=42635

Amigos loucos e sérios - Marcos Lara Resende


26/8/2005 15:24
Amigos loucos e sérios

Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Louco que senta e espera a chegada da lua cheia.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Escolha um Tema

Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

Marcos Lara Resende, extraído do site da Ana Maria Braga.

Instantes (Jorge Luís Borges)


25/8/2005 15:14
"Se eu pudesse novamente viver a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.

Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e profundamente cada minuto de sua vida; Claro que tive momentos de alegria. Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente de ter bons momentos. Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos; Não percam o agora.

Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e, se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente. Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo"

(que, dizem, não é de Borges)

(Adaptação de Gibran, in Temporais)


"E cansei de buscar tesouros pelo além-mar, para abastecer o interior do veleiro de minha alma: resolvi pintar a carcaça e as velas com as sete cores que trazia como carga, tornando-o uma visão perfeita de fantasia e ilusão aos olhos dos aportados. Retornei vazio ao porto seguro de minha nação, onde fui recebido com fogos e festa. Ninguém procurou saber o que trouxera em meu interior. Desprezei-os, como eles a mim, quando, carregado de ouro, jóias e pedras preciosas, apresentei-me com o velho navio enferrujado pela longa busca e ninguém veio ao meu encontro."

"Aprenda a amar as tempestades, em vez de fugir delas". E deixe-se levar...

A gente não faz amigos, reconhece-os.(Vinicius)


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ... A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os
adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente, os que só desconfiam - ou talvez nunca vão saber - que são meus amigos!

Henfil - Sobre a Felicidade...


((((Henfil))))

"Por muito tempo eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade, mas sempre havia um obstáculo no caminho:

Algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga.

Aí sim, a vida de verdade começaria.

Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.

Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.

A felicidade é o caminho!

Assim, aproveite todos os momentos que você tem. E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém."

Manual de Sobreviência III- William Shakespeare


Aprende que há muito mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens: poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela (a criança) acreditasse nisto! Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de se estar com raiva, mas isso não nos dá o direito de sermos cruéis...

Descobre que só porque alguém não o ama - do jeito que você deseja ser amado - não significa que esse alguém não o ame com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem demonstrar (ou vivenciar) o que poderia ser um grande amor.

Descobre que nem sempre é suficiente perdoar ou ser perdoado por alguém: algumas vezes, o mais importante é perdoar a si mesmo. Assim, da mesma forma, não é suficiente amar as pessoas e ser amado por elas: é igualmente fundamental que amemos a nós mesmos! Aprende que com a mesma severidade com que julgamos, em algum momento poderemos ser condenados... Aprende que não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido: simplesmente o mundo não irá parar para que você possa consertá-lo.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar atrás. Portanto, plante, você mesmo, seu jardim e decore sua alma - ao invés de esperar eternemante que alguém lhe traga flores. E você aprende que, realmente, tudo pode suportar; que realmente é forte e que pode ir muito mais longe - mesmo após ter pensado não ser capaz. E que realmente a vida tem seu valor, e, você, o seu próprio e inquestionável valor perante a vida.

Manual de Sobreviência II - William Shakespeare


Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito cedo, ou muito depressa. Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que verdadeiramente amamos com palavras brandas, amorosas, pois cada instante que passa carrega a possibilidade de ser a última vez que as veremos; aprende que as circunstâncias e os ambientes possuem influência sobre nós, mas somente nós somos responsáveis por nós mesmos; começa a compreender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que se pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se deseja tornar, e que o tempo é curto. Aprende que não importa até o ponto onde já chegamos, mas para onde estamos, de fato, indo - mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar servirá.

Aprende que: ou você controla seus atos e temperamento, ou acabará escravo de si mesmo, pois eles acabarão por controlá-lo; e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa o quão delicada ou frágil seja uma situação, sempre existem dois lados a serem considerados, ou analisados.

Aprende que heróis são pessoas que foram suficientemente corajosas para fazer o que era necessário fazer, enfrentando as consequências de seus atos. Aprende que paciência requer muita persistência e prática. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, poderá ser uma das poucas que o ajudará a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve - e o que você foi capaz de aprender com elas -, do que com quantos aniversários você celebrou.

Manual de Sobreviência - William Shakespeare

Depois de algum tempo você ainda é capaz de aprender a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança ou proximidade. E começa aprender que beijos não são contratos, tampouco promessas de amor eterno. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos radiantes, com a graça de um adulto - e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, pois o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, ao passo que o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol pode queimar se ficarmos exposto a ele durante muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe: algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e, por isto, você precisa estar sempre disposto a pedoá-la.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva um certo tempo para construir confiança e apenas alguns segundos para destruí-la; e que você, em um instante, pode fazer coisas das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e que, de fato, os bons e verdadeiros amigos foi a nosssa própria família que nos permitiu conhecer. Aprende que não temos que mudar de amigos: se compreendermos que os amigos mudam (assim como você), perceberá que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou até coisa alguma, tendo, assim mesmo, bons momentos juntos.