terça-feira, 13 de maio de 2008

"O Poeta é o Vigia do Tempo"



“O meu grito é mudo e surdo
A minha palavra, o silêncio.
O silêncio dos meus anseios”
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“Apenas sinto e consinto o que não consinto.
Por isso estou lhe escrevendo lágrimas do passado,
com temperos do presente”.
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“Se meu destino de rosa fosse
eu seria um mar de flores.
Se meu sorriso de pura fonte fosse,
seria um mundo de amores.”
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Apalpei o teu suspiro,
como água de kalandula,
e vejo ainda a tua pureza nos meus dedos.
Ainda assim
continuo apalpando aqui e ali
a cor dos meus olhos silêncio
clamando,chamando a música da alvorada.
.*.*.*.*.

“O meu castigo
é o desterro das minhas idéias,
o desamparo das vozes famintas,
o som do desabafo das desilusões.”

“Abro a janela do paraíso
e vejo as canções graves como elas.
Somente a morte vagueia na melodia,
Melodia triste e célebre,
Como o assobio dos canhões”.


“Os angolanos são diferentes.
Compram armas
e matam angolanos, como eu.
Falam inglês, francês, chinês,
português português e português brasileiro.
Suas mulheres se perfumam em Paris
e compram sapatos italianos,
a carne da Argentina e o arroz da China,
as balas de Washington e os tanques em Moscou.”
(DANIEL FERNANDO SETILA)
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Do Livro, UPONGO - ( UM PRANTO POÉTICO )

Daniel Fernando Setila,nascido em 9 de novembro de 1966 na cidade de Huambo (antiga Nova Lisboa),no centro de Angola,é poeta nato. Dono de uma poesia forte,marcada pelas cicatrizes deixadas em seu corpo,sua alma e em seu coração devido à experiência de sua luta em busca da realização dos sonhos e do mundo de esperança que idealizou construir.
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Fonte: Sergio Mattos

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