terça-feira, 13 de maio de 2008

POEMA XVII



"Não te amo como se fosses a rosa de sal,
topázio ou flechas de cravos
que propagam o fogo.

Te amo como se amam
Certas coisas obscuras, secretamente,
Entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce
e leva dentro de si, oculta,
a luz daquelas flores...

E graças a teu amor
vive escuro em meu corpo o apertado
aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como...
nem quando...
nem onde...

Te amo assim diretamente...
sem problemas...
sem orgulho...

Assim te amo
por que não sei amar...
de outra maneira
sendo assim deste modo!

Que não sou
nem és tão perto
que tua mão
sobre o meu peito é minha
tão perto que se fecham
teus olhos com meu sonho..."

PABLO NERUDA Em,
Cem Sonetos de Amor, Pág 23
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