segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
-- IDÍLIO --
Florbela Espanca
Um idílio passou à minha rua
Ontem a horas mortas e caladas,
Ele e Ela passaram de mãos dadas,
Mais brancos que a própria luz da lua.
Passaram ao clarão do amor primeiro,
Olhos nos olhos cheios de luar.
E no seio da noite aquele olhar
Par´cia encher de sol o mundo inteiro!
E Deus mandou que a terra se calasse,
Que ouvisse os passos deles, que escutasse
Como o amor caminha devagar...
Era a terra calada como um monge...
E os passos deles ao perder-se ao longe,
O coração da noite a palpitar!...
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