As pessoas têm fome por resultados. Todos querem uma vida feliz e próspera, mas muito poucos se esforçam para isso acontecer. Todos almejam um alto padrão, mas poucos se propõem a escalar até lá. Tem havido uma venda recorde de livros e vídeos como “O Segredo”, cuja proposta é tornar os nossos sonhos realidade. Isso mostra que as pessoas carecem de meios para conseguir o que querem. Mais que isso, elas estão à procura de fórmulas para a felicidade.
Antes de falarmos sobre o ideal, vejamos como vive a sociedade. Desde a infância, as pessoas crescem num mundo de disputas, ouvindo que têm que ser melhores que os outros. Ouvem que isso pode, que aquilo não pode, que isso é feio, que aquilo é bom. Elas não têm a chance de opinar, pois tudo já passou pelo processo de rotulação de acordo com os padrões sociais. Nossa individualidade é desvalorizada e aprendemos que na vida, tudo já está pronto. O mundo é uma vitrine onde os nossos sonhos estão expostos. O nosso trabalho é ganhar dinheiro, chegar lá e comprar. Inconscientemente, achamos que o trabalho serve para conseguir dinheiro e que o dinheiro serve para adquirirmos o que queremos. Deixamos de participar ativamente do processo natural de causa e efeito.
Em nossa vida capitalista e urbana, o que nos falta é aprendermos a ser bons agricultores. Na ânsia pelo fruto, deixamos de lado o processo do plantio. Na natureza, notamos que existe um ciclo regrado do plantio à colheita. Por mais que queiramos comprar, se não está na época de determinado fruto, não adianta insistir. Se queremos determinado fruto, saibamos que ele é resultado de uma correta seleção. O agricultor seleciona as sementes cujos frutos deseja colher, planta-as em um bom solo e cuida para que sejam bem nutridas. Apesar de ter como objetivo o fruto, ele não se concentra na colheita, mas sim em ser um bom semeador. Não é assim a mentalidade da sociedade. Ela mantém os olhos no futuro e se esquece de construir o presente. Ela força o resultado ao invés de investir nele. O agricultor sabe que valorizando o presente, o futuro será otimizado. Com uma boa base, o crescimento é conseqüência natural. Só é necessário escolher a matriz de onde virá o fruto e zelar para um bom desenvolvimento.
Precisamos conhecer o processo para atingirmos os resultados. Aprendamos com as árvores: em sua aparente imobilidade, ela consome os nutrientes do ar e do solo, desenvolve seus ramos e se eleva em direção ao céu. Por criar fortes bases e estar bem arraigada ao solo, ela enfrenta as tempestades sem se esquivar. Não adianta querer ser forte se não aprender a ser flexível. Não adianta querer ser comandante se não souber ser um bom soldado. É a humildade que forma a soberania, pois soberania sem humildade se torna tirania. A natureza ensina que os resultados são construídos e não impostos. Só depende do cultivo.
Marco Moura
sábado, 11 de outubro de 2008
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