terça-feira, 25 de março de 2008

Sopro de vida


Remexia numa caixa de fotos e anotações, minha "caixa secreta", num dia desses, quando peguei, presas num elástico já meio ressecado, um monte de fotos suas e nossas...

Comecei a pensar que o melhor já tinha passado e que este passado era o melhor que eu pudesse tirar do que ainda restava de minha vida.

Corri para o computador e busquei algumas estatísticas e números para entender, à luz das médias de expectativa de vida, quanto tempo eu ainda tinha pela frente.

Vi que ainda faltava muito tempo, quem sabe outra metade de toda uma vida ainda pela frente, e que eu já estava vegetando hã uns bons anos, desde que aquelas fotos tinha se transformado em histórias e páginas viradas.

Senti que você tinha sido mais importante na minha vida do que talvez eu jamais tivesse enxergado antes, mas era exatamente, " tinha sido"... "foi" importante...

Da mesma forma que havia médias de expectativa de vida, eu sentia naquele momento que "na média" tínhamos sido felizes, o que signifcava que vivemos momentos excepcionais e momentos deprimentes os quais (estes últimos) devem ter preponderado, ao ponto de nos levar ao fim...

Entendi que a vida não é feita de médias, que o passado não se vive duas vezes e que os amores mudam ao longo do tempo... como todos nós mudamos...

Abri a janela, tirei a poeira das fotos, chacoalhando-as...

Coloquei a mais bonita das fotos, com nossos sorrisos lado a lado, troquei o elástico por um mais novo e beijei aquela foto, sorrindo...

Neste exato instante, pela janela bateu um vento agradável, suave... um sopro de vida!


Sérgio

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