terça-feira, 25 de março de 2008

Boca Amarga


Hoje acordei com a boca amarga!
Tentei me enganar, atribuindo aos whiskies e aos cigarros aquela sensação desagradável, aquele gosto desagradável de lembrar que a noite anterior não precisava ter sido como foi!
Houve, sim, whisky e cigarro, mas não foram eles os reais culpados pela boca amarga.
Foram os olhares vazios que troquei com várias mulheres de olhares vazios.
Foram os flertes sem interesse real que troquei com mulheres desinteressantes.
Foram os beijos que troquei com bocas que eu trocaria por qualquer outra.
Foram as horas passadas por relações pelas quais nem queria passar.
Foi mais um noite em vão, que me faz perguntar quantas outras noites em vão eu ainda vou passar, até deixar de viver a vida em vão.
Ao mesmo tempo, o amargo de me ver assim... vazio, fútil e descartável, à medida que te vejo menos e menos tangível em minha vida!
E, me enganando me faço amargo, como a minha boca, buscando onde não existe a resposta para o que eu já tive certeza.
Meu Deus, como eu adoraria encontrar um creme dental para este tipo de boca amarga, que pudesse ao menos atenuar o arrependimento por ter queimado minha vida mais uma noite!
Como eu adoraria estar com o hálito fresh-mint, pronto para beijar a única boca que realmente me seduz e me encanta, mas que, como eu, deve ter acordado de manhã, perdida e com a boca amarga.


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